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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Lar, pequeno doce lar.

Hoje estive pensando novamente, depois de ser quase vítima de um calote por parte de insinuantes lojas, na dificuldade que está sendo organizar os móveis em meu apartamento. Esclareço-vos que tais móveis foram comprados em lojas que, até o presente momento, não me deram problemas com entregas ou montagens. Comunico, também, a todos, que o apartamento é do tamanho de um “ovo”... Isso mesmo! Pasmem... O apertamento (opa... corrigindo: apartamento) é um ovo e digo mais: parece que é de codorna. Pasmem mais uma vez...
Durante minha busca por um imóvel, tive a oportunidade de perceber que, na ânsia de querer o que é seu, o cidadão quase não se dá conta de que vai se meter na aquisição de uma “lata de sardinha” para morar. Os apartamentos estão cada vez menores. De acordo com pesquisas, o setor imobiliário está investindo em construções de imóveis com até 55m². São apartamentos direcionados para quem faz a opção de morar sozinho e casais que não pretendem ter filhos ou que possuem uma ou duas crianças, no máximo. Então, somos levados a pensar que a culpa disso tudo está na mudança de estrutura da família brasileira, visto que, ninguém mais quer casar e sim morar sozinho. E quando optam pelo casamento, não possuem a mesma quantidade de filhos que nossos antepassados. Realmente, o número de membros da família brasileira diminuiu consideravelmente.
Estamos tratando aqui de um imóvel só para poucos, ou melhor, para pouco (espaço). No meu caso, até que gostei da sala e dos quartos, mas lamento informá-los que meu banheiro não é apropriado para aqueles que usam tamanho G, GG e assim sucessivamente. Pois é... Gordinhos, nem pensar em pegar um desses apartamentos, pois, infelizmente, vai ficar complicado o trânsito no banheiro para desenvolver qualquer tipo de atividade. Começo a desconfiar que estes imóveis foram projetados por alguém muito admirador de “modelitos” magérrimos ou por alguém que tenha uma tendência camuflada à anorexia. Do tamanho de toalete, eu não gostei de verdade.
Outra coisa... Nada de procriar demais. Não é apropriada a existência de uma prole muito numerosa. Para quem quer se multiplicar, a opção mais sensata é ter só um ou, no máximo, dois filhos do mesmo sexo. Já pensou sua filha brigando com seu filho, exigindo um quarto só pra ela? Qual seria a sua reação? Alguém teria que desfrutar do aconchegante sofá de dois lugares. Isso mesmo... Sofá só de dois lugares, porque o de três, dependendo do tamanho, não caberia na sala.
Nada de encher o imóvel de cacarecos, ou você pode acabar ficando do lado de fora do seu lar,  pequeno doce lar. É que pela lei da física chamada Impenetrabilidade, DOIS CORPOS NÃO PODEM OCUPAR O MESMO ESPAÇO AO MESMO TEMPO. No caso, o espaço em estudo, é o seu apartamento. Você e seus cacarecos (quase todos sem muita utilidade, creio eu) não podem ocupar o mesmo local. Entre eles e você, quem será o escolhido? Quem?
Aqueles proprietários de relíquias de família e que são criaturas distintas e de bom coração, podem começar a doar as mesmas para pessoas que realmente necessitam dessas tranqueiras.  Muita gente iria ficar extremamente feliz em receber um sofá, uma mesa, cadeiras e outros utensílios domésticos que certamente atrapalhariam a sua locomoção dentro de seu novo imóvel, mas que iriam fazer a felicidade dos que realmente necessitam deles. Não seria uma excelente hora de começar a praticar uma boa ação?
No entanto, após toda essa apreciação minuciosa, cabe ressaltar que o “ovo” tão criticado acima pelo seu tamanho quase microscópico, é onde irei morar em pouco tempo. E estou feliz demais da conta com a “grande” aquisição. Tenho mil projetos com ele sendo pequenininho assim... Imagina se ele fosse maior?
Vai ser lá que vou chegar cansada depois de um longo e entediante dia de trabalho. Vai ser lá que, depois de um relaxante e delicioso banho, vou refletir sobre os acontecimentos do dia que passou e dos dias que ainda virão. Será lá que irei fazer planos e projetos para meu futuro. É lá que irei sonhar com a felicidade e curtir minhas decepções. Enfim, ele é meu...   E é isso o que realmente importa, não é mesmo?